terça-feira, 25 de julho de 2017

da solidão

do dia que detém o sussurro do vento,
que me abraça _______
como se fosse um garrote imprevisível,
que me sufoca até a medula e os ossos,
a solidão _____ inteira.

ainda dia________ quase ocaso
_________quase noite
_________quase bruma.

e na praça os plátanos ondulam,
uma dança esquizofrénica,
ou um ritual de bailado descontrolado
e fora de sintonia,
ainda que, lembrando _______um lamento.

nem me importo,
meus fios de  cabelo em desalinho
desfeitos________ pela  voz do vento
que solidário desfez também
alguns vestígios de linfa_____soltos no rosto
ou cristais de sal______ talvez,
apenas isso________ou apenas solidão.

©Piedade Araújo Sol 2017-07-24 

terça-feira, 18 de julho de 2017

estilhaços ou talvez não,

Vincent-Bourilhon

em que as palavras hesitam, e ficam
numa espera anunciada, como  almas desordenadas
em completo desassossego, sem rumo real
simplesmente em espera,

não as escrevo, mas por vezes pinto-as num olhar
perdido
Incógnito e melancólico
que ninguém vê,

esfumado, caído sem tréguas
em labirintos do tempo
ou dos trilhos trocados
cobertos de pó e reflexos
ou  apenas sombras, sim, talvez,

cenários em construção
num palco devoluto
apenas fingindo existir
sem actores , nem plateia,

estilhaços ou talvez não…


©Piedade Araújo Sol 2017-07-17

terça-feira, 11 de julho de 2017

e,

Alicja Bloch


um sonho escorregou e caiu
irreflectidamente na palma da mão
e uma gota de sal
ficou perdida na face

um esboço tomou contas das águas
incolores
que corriam pachorrentamente

do lado mais alto era possível ver o sol
e a luz do  reflexo
era meramente uma sombra de ti …

©Piedade Araújo Sol 2017-07-11

terça-feira, 4 de julho de 2017

....

Katerina Plonikova

era apenas um corpo em fuga,
ensaiando um bailado,
em ritual de imprevistos,
totalmente adverso a todas as margens,
em seu redor,

e fios secretos desfiavam momentos,
dentro do lume dos enigmas,
que derrapavam,
na inquietude do instante,
feito corpo, feito fuga,

a melancolia atravessa agora as paredes brancas
da casa
pousa suavemente o olhar sobre a noite gerada
e o vento treme sobre as folhas
dos plátanos da praça.

só o rio, que tão perto estava
extinguiria
o fogo que consumia a seda_______da pele
os sonhos concluídos.

na outra margem os barcos fundeados vertiam lágrimas
que encalhavam no mar.

© Piedade Araújo Sol

Nota: Pode ler aqui 4 poemas ou apenas um
1-lendo normal e lê apenas um
2- lê só o lado direito que está em negrito
3-ler de baixo para cima só as estrofes do lado esquerdo
4-ler de cima para baixo só as estrofes do lado direito